É fácil ouvir a chuva, sobretudo
quando cai
Um pouco como a voz, mas de mais
alto
(cerrando os olhos até o pó ganha
peso
, pergunta à pele, pergunta ao
vento)
Andamos todos a pedir no metro
Mas só os cegos arriscam cantar
De onde sai tanto pó se não da
gente?
Temos a pressa de montanhas
meninas
Erodidos da vida, penteados pelo
tempo
Valha-nos o aquecimento
global
Havemos de morrer quentinhos
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