No comboio nocturno gente daqui para lá. Os vidros espelhados confundem o exterior com o que vai dentro e todos paisagem de olhos alheios.
Já não se fala nos comboios como se falava nos comboios.
Os desconhecidos são-no cada vez mais, profissionais de nunca os termos visto. Ninguém pede o jornal emprestado, ninguém corteja, já quase ninguém assobia.
Uma menina diz as terras, a voz da menina, ela não se encontra, passageira só de voz. A próxima paragem… As terras que se inventaram pelo meio das que se conhecem. A menina sabe-as todas, a voz da menina.
Os que vão sozinhos carregam com os dedos nos telemóveis ou falam com eles. Tanta gente a comunicar e tão poucos os que falam.
Nunca os revisores foram tão magros, nunca as carruagens tão limpas e tão às luzes, parece parva a noite e as terras dos nomes.
O som das rodas mal se ouve em cima das rodas, escondem tudo esses ladrões, anda tudo bem escondido.
Eu diria antes "Tanta gente a falar e tão poucos os que comunicam".
ResponderEliminarUm beijinho