anda aqui um homem a fazer uma vida
toda a vida e a vida que um homem faz é outra coisa sempre outra coisa e às
vezes nem vida nem nada só um andar por cá a por pés à frente de outros pés e
palavras à frente disto e disto e disto ainda um homem é fraca e constante
coisa um homem é o que se vai arranjando um homem é daqui para o chão e olhos
virados ao céu ou ao amor que é um céu de quem é triste quem me apanha o que
trago pesado quem me acha no meio disto agora a noite e um silêncio grande de
nem pensar nem a dor agora nem dedos à procura de mãos soltas as mãos vão por
elas putas de só sentir como nervo descarnado entrando por um abrigo e com isto
perdi-me e já não sei e o amor sei lá eu não me fodam com isso o amor é salvar
quem não precisa de salvação
ponto
final
Ufa, a cansativa da vida enrolada em tempo, espremida em espaço, desfraldada em movimento, em companhia e só em companhia só, em procura dispersa, desentendida, revoltada, espremida, infértil, debuxada e triste e mais nada que o nada a proliferar sobre o tudo que não existe mas faz sonhar a vida consumida!
ResponderEliminarEstou quase a acabar o "No meu peito não cabem pássaros", que livro extraordinário!
ResponderEliminarSabes-me a mim.Às vezes leio-te e sabes-me a mim e eu gosto. Leio-te pouco mas já te li demais. Apeteces-me como um vício e isso incomoda-me.Não saias, não saias cá fora. Não vês que posso ver-te na rua e saber-te demais?Os teus lugares são os meus e eu posso ver-te um dia mas tu não me verás. E eu vou ver-te sem nada, sem as partes que tapam o que está por dentro , mas tu não me verás.Guarda-te seu encantador de almas. Não vês que é belo demais o que escreves? Sei bocados de ti por isso não saias porque um dia vou ver-te na rua mas tu não me verás.
ResponderEliminarBebo-te em goles pequenos e fico saciada. Também te bebo em goles grandes quando me sabes a pouco. Tu só devias escrever sobre coisas pequenas porque é impúdico que te desocultes com esse poder que tens de misturar palavras e de as fazeres dançar no coração dos outros. Quem tem essa magia deve sempre estar longe de tempo, longe de idade e longe de lugares, e tu não estás longe estás aqui ao lado e por isso pode acontecer que um dia te veja e nesse dia não quero estar embriagada de ti. Não vou le-te mais. Se conseguir não vou ler-te mais.
ResponderEliminarja vi que não paro de ler-te, mais pareces uma febre que me deu daquelas que nos acordam de noite.Gostava de conseguir dizer-te a beleza que te encontro mas não sou uma entendida das letras e não sei que fazer às palavras para que mostrem aquilo que vejo, não me obedecem. As páginas do teu livro deixam-me muda e encontram-me às vezes de olhar parado numa perfeição qualquer que tu largas por lá, como se fosse a coisa mais normal do mundo desenhar assim as letras, ou esculpi-las, não sei bem. E às palavras nem sei que lhes fazes que lhes mudas os sítios como quem as baralha, mas depois não ficam nada baralhadas, ficam assim quietas como se fosse sempre aquele o lugar delas.
ResponderEliminarNão sei se existes assim como eu te fiz ou se foi um delírio qualquer que te inventou. Sabes, penso abandonar-te o livro, como se fosse um daqueles que não gostamos de ler, é que lhe encontro beleza que me faz tremer o peito. Devem ser pássaros. São teus os pássaros? Encontrei-os por acaso numa livraria qualquer e agora não me saem de casa, os bandidos. Leva-os daqui está bem?Leva-os que talvez eu possa segui-los.
ResponderEliminarE se eu te encontrar, ensinas-me coisas? Eu a olhar para ti e tu a ensinares-me coisas. Podem ser coisas das letras, de como as arrancas às ideias e aos sentimentos de onde elas não sabem sair sem ajuda. Não.Se calhar se eu te encontrar não te direi nada. Vão esconder-se as palavras todas dentro de uma boca. Os olhos, esses traidores é que podem dizer mais do que querem para quem os sabe ler. Sabes ler olhos?
não me fodas tu, que dizes que sabes o que é o amor :) Quando o descobrir estou morta.
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Foram-se embora os pássaros, já não há voos rasteiros cá por casa e o mei peito descansa um pouco. Foi um livro escrito por dentro, um livro que fala da pele para dentro. Um livro de sentimentos que fazem doer. Tantos mundos inteiros dos olhos para dentro e uma loucura que cresce do meio para o fim. Muitos delírios que se agarram apenas à beleza das tuas palavras. São mergulhos constantes e difíceis e no fim falta-me o ar. Agora quero um céu, azul por favor. Procuro o teu céu mas não o encontro por cá. Onde está esse céu?
ResponderEliminarTanto me dizem estas palavras...
ResponderEliminara primeira linha é das melhores primeiras linhas que já foram feitas. e depois vamos andando sempre a um ritmo alucinante sem respirar. no fim respira-se e nesse instante aproveita-se o texto.
ResponderEliminarzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
ResponderEliminarAlto lá! esta coisa sem sentido... sentido tem! E esta hem?!
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