A vida, a morte, mais os amores e o que nos parta.
A gente na rua, a gente em casa, a gente que somos.
O coração à frente, como numa pega ou um primeiro amor.
Com o depois a vir depois, frio e morto visto daqui.
O último a mergulhar é uma coisa velha.
O mar não nos mata porque sabemos morder,
sabemos rir e sonhar o que o mar não sabe.
A dor vem amanhã ou depois, vem sempre,
vem porque tem de vir, sente-se nos pés
quando o salto é grande. No fundo do peito às vezes.
A dor é uma voz do corpo de quem salta.
O coração à frente, como quem canta.
O bem que nos chega é sempre pouco
para o mal que nos espera.
Vamos hoje fazer tudo o que nos falta,
música, amor, dádivas e tempos felizes.
Somos ainda tudo o que podemos ser,
somos ainda tantos, como os vivos.
Alguém que berre e partimos,
o último a mergulhar é uma coisa velha.
Somos ainda até o que não podemos ser.
ResponderEliminarGostei muito. O teu trabalho está cada vez mais intenso.
ResponderEliminarM