27.9.09

Uma Fábula Eleitoral

Era uma vez, antes ou depois de agora, uma terra onde as pessoas viviam. Era uma terra abençoada por Deus e por outros, cheia de tudo o que se quer para viver e onde os dias seguiam tranquilos ao som de música e palavras doces. Nessa terra que se perdeu, os políticos eram homens notáveis e amados pelas populações. As sucessivas gerações de estadistas foram aprimorando os caracteres e assim se criou uma elite virtuosa capaz de satisfazer as necessidades e os desejos dos eleitores.

As pessoas perceberam então que com uma tal classe dirigente não fazia sentido que fosse o povo a escolher os políticos, deveriam ser estes a decidir que gente representar. Assim começaram as campanhas, os diferentes povos mimavam os políticos, faziam-lhes promessas, beijavam-lhes os filhos e davam-lhes presentes. Todos tentavam convencer os grandes líderes, aliciando-os para que os escolhessem a eles como súbditos. Nenhum povo olhava a meios para ganhar os favores de um dos iluminados.

Este sistema durou algum tempo e segundo alguns estudiosos foi a causa do declínio dessa terra. Nos registos de época encontram-se artigos e crónicas em que os líderes, embora louvando os méritos de um tal sistema democrático, explicavam que o problema não era das eleições, mas sim dos povos que eram sempre os mesmos.

1 comentário:

  1. os contos têm sido uma forma do povo exprimir e divulgar as suas histórias .... onde anda esse povo , criativo e interventivo ... tenho-o sentido somente dormente, reactivo ....

    ResponderEliminar

 
Add to Technorati Favorites Free counter and web stats