11.2.11

desses que vão em cantigas

sou desses que vão em cantigas
doido e leve como homem vivo
um sem abrigo de ninguém de nada
entre mim e o vento fora e cá dentro
à espera das horas como outros do táxi
tenho bolsos cheios de mãos abertas
tenho um sonho doente que me sonha
como ruas me atravessam e olhos
me não vêem porque eu me fecho
vivo deitado na incerteza dos dias
e sinto nas costas e no sono leve
o palpitar de pernas e gente em cima
suspenso como pó nuvens ou fumo
mais do sopro do que dos dedos
um voo à espera de um pássaro

2 comentários:

 
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