4.6.14

Poema Escrito Sem a Ajuda de Dor



O rasto de um corpo nos meus lençóis
Um instante que cheira a noite e a café
Algumas palavras soltas que nem importam
O ar que vem de ti, os dedos, os teus pés
Tudo tão simples, tão só isto, afinal
Uma música linda a tocar na gente
Uma queda sem gritos nem chão
Afinal o tempo és tu, e sorrir és tu também
Afinal algumas flores e um fumo lento
Não abras a janela, não digas o teu nome
Que pode o mundo romper por nós

4 comentários:

  1. e que a dor permaneça no mundo!
    Como sempre, beleza e mais beleza.

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  2. Gostei muito. Existe, de facto, poesia nas palavras :)

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  3. Era assim nos outros dias que já passaram. E o mundo todo três vezes cabido no teu calor. Era assim coisa tão grande e ninguém via, todos cegos de olhos grandes abertos por fora. Eu eu tão cheia de beleza que nem me encontrava. Um turpial voava dia e noite sem nunca dormir. Onde estás turpial? Não vês que o vento sem ti não serve para nada?

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