O meu avô são dois olhos baços,
um rosto onde os anos pousaram
e pernas sentadas que já
não vão
A luz da sala filtrada
com o vagar
e a certeza azul de um
tempo
Nomes e datas que são
precisos,
memória, eco e amor
antigo
O meu avô segura o passado
nas mãos que não seguram
Netos incertos,
passageiros
encolhendo sempre como
dias