Ando amigado com o espanto
De todas as coisas que não entendo
(e entendo nada de todas as coisas)
Crónico de dias, flores e alguns homens
Como bicho que das palavras um grito
Como livro que das páginas tão branco
(é o silêncio a língua mais difícil)
Quero esquecer tudo inteiro até ao fim
Apontar com um dedo para o espelho
E inventar outro nome para o medo