20.8.13

Menina II

cantavas o nome louco das coisas
como bichos rezam e o vento sonha
trazias o tempo metido nos bolsos
e cheiravas a ontem, e sabias a riso
assobiavas o sol pelos dedos ágeis
enquanto o chão te dançava os pés
roubavas beijos que depois comias
e os poemas aconteciam-te 

6 comentários:

  1. Moço abençoado! quanta beleza brota de sua alma! Para mim, seus poemas são comoventes. Obrigada.

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  2. "e os poemas aconteciam-te"

    Acontecem, leves como penas, profundos como o azul de um olhar infantil.

    Lídia

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  3. Olá Nuno.
    ... e que especial foi ler este seu poema publicado no dia do meu anversário. Chamo-me Sonia e nasci a 20.08.1969.
    Foi uma imensa Graça de Deus encontrar-me com o seu livro "Debaixo de Algum Ceu" que comecei a ler no 1º dia deste ano( foi um presente de Natal do meu marido Pedro) e só hoje percebi pq me voltei acruzar com as suas paginas...que o Nuno escreve este blogue...que maravilhosa surpresa...a 07.06.2010 partilhei esta imagem com um poema do Tolentino Mendonça, sj...sem ter dedicado tempo à leitura do seu blogue...ficou perdido ate hoje(andava apenas à procura de uma imagem...). Deixo-lhe o que partilhei na esperança de que com a Graça de Deus nos encontraremos um dia destes...
    Bem Haja. Tudo de Bom.
    (excerto de um email...emails partilhados com os amigos de sempre durante 3 anos..2009 a 2012)

    PARA HOJE / 07.JUNHO.2010 e a espantosa realidade das coisas...é a minha descoberta de todos os dias. Hoje. Agora!

    Pensamento do dia
    ( imagem do seu blogue..Acordar um Dia...)

    Dias realmente úteis
    Às vezes, demasiadas vezes,
    a vida assemelha-se a uma repartição cinzenta,
    onde os horários se cumprem sem empenho.
    Estamos, mas fazemos sem compromisso íntimo.
    Falamos e fazemos,
    mas sentindo o nosso interesse noutro lado.
    Vivemos, claro, mas com o coração distante.
    Como é necessário tornar realmente úteis
    os dias úteis!
    Úteis não apenas por imposição do calendário.
    Úteis, porque vividos com generosidade e sentido.
    Úteis, porque não os atropelamos
    na voragem das solicitações,
    na dispersão das coisas,
    mas sabemos (ou melhor, ousamos) fazer deles
    lugar de criação e descoberta,
    tempo de labor e de escuta,
    modo de acção e de contemplação.
    É preciso acolher o “inútil”
    se quisermos chegar ao verdadeiramente útil.
    P. José Tolentino Mendonça


    De onde vem esta Força?
    Que nos faz lutar, querer,
    continuar, todos os dias...

    Beijo na Alma
    Sónia Aires
    (saires@mariocoelho.com)

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  4. Muitos parabéns por partilhar connosco mais um excelente poema. Já tinha tentado comunicar-lhe via mail deste blogue a minha admiração pela sua obra. Aprecio o seu estilo poetico que transparece na sua prosa.
    Pedia-lhe que se pudesse dispensar 5 minutos do seu tempo a ler uma ou outra das minhas pequenas narrativas em camaradosincomuns.blogspot.pt, com feedback, ficar-lhe-ia muito reconhecido.
    Obrigado,
    GA

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  5. "...
    e sabias a riso
    assobiavas o sol pelos dedos ágeis
    enquanto o chão te dançava os pés
    roubavas beijos que depois comias
    e os poemas aconteciam-te"



    ... e os poemas sonhavam-te
    aconchegavam-se sílaba a
    sílaba nas estrofes do teu abraço
    e os teus dedos cheiravam a mel de
    jasmim quando enlaçavas as palavras
    e com elas dançavas na brisa do vento.

    :-)

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