anda aqui um homem a fazer uma vida
toda a vida e a vida que um homem faz é outra coisa sempre outra coisa e às
vezes nem vida nem nada só um andar por cá a por pés à frente de outros pés e
palavras à frente disto e disto e disto ainda um homem é fraca e constante
coisa um homem é o que se vai arranjando um homem é daqui para o chão e olhos
virados ao céu ou ao amor que é um céu de quem é triste quem me apanha o que
trago pesado quem me acha no meio disto agora a noite e um silêncio grande de
nem pensar nem a dor agora nem dedos à procura de mãos soltas as mãos vão por
elas putas de só sentir como nervo descarnado entrando por um abrigo e com isto
perdi-me e já não sei e o amor sei lá eu não me fodam com isso o amor é salvar
quem não precisa de salvação
ponto
final