- Tinhas olhos de quem acorda num aeroporto e não sabe se chegou ou se deve ainda partir.
- Esses olhos não existem.
- Trazias o braço esticado para trás, a puxar uma mala que não se via.
- Eu uso sempre mochila.
- Fugias ao olhar de quem cruzavas, apavorada com o banal.
- Mas eu converso nos elevadores.
- Cantavas baixinho, com vergonha de desafinar.
- Quando canto, desafino.
- Soube logo que eras tu.
- Sim, era eu.
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