Quando vejo uma rapariga bonita e lhe pergunto: “Ó jeitosa, queres vir dar uma volta?” e ela passa por mim em silêncio, é essa uma sua maneira de dizer:
“ Tu não és um duque de nome sonante, nem um americano encorpado com a envergadura de um índio, de olhos fixos no horizonte, de pele marcada pelo ar da pradaria e pelos rios que a atravessam; não viajaste pelos grandes lagos que ficam sei lá eu onde. Porque deveria eu, uma rapariga bonita, dar uma volta contigo? ”
“ Tu esqueces-te que não passas por mim de automóvel, oscilando levemente agitada pelos caminhos, nem eu vejo senhores que te sigam direitos nas suas librés, os quais, abençoando-te, caminhem em semicírculo na tua retaguarda. Os teus seios estão bem arrumados no teu corpete, mas as pernas e as ancas ressentem-se de tais contingências; levas um vestido de tafetá pregado, um vestido que era a nossa alegria do Outono que passou, e apesar de tudo tu sorris de vez em quando – carregando esse perigo mortal no teu corpo. “
" Sim, ambos temos razão, e para que de tal não nos apercebamos de modo irrevogável, será melhor, não achas, que cada um vá sozinho para sua casa. "
Franz Kafka
Faz-me rir ó "kafka" de itália(?) mas cheira-me que não pesca nada... Não digo do conto do outro kafka. Digo dessa jeitosa que supostamente passa em silêncio. (Na volta grita e o "kafka" de ouvidos moucos) Cheira-me que não pesca (d)o que lhe vai na alma, ou do que pensa.
ResponderEliminarE pronto lá vim meter o bedelho onde não sou chamado. O que vale é que sou anónimo.