25.1.10

Exúvia II

Os Meus Óculos Sujos

Um dia enquanto pensava deu-me medo,

fui e sou uma criança tardia, daí o medo

de pensar que tudo o que eu bem sei

é tantas vezes meu e mal pensado.

Quando se vive em ciência certa,

por dentro, por prática, ciência de ganhar pão,

autoriza-se a cabeça a ter convicções,

a cabeça, logo a cabeça.

São coisas pequenas e fundamentais

derrotas tortas de andar à vida

a carregar sal nos olhos e a esquecer

alguns gestos simples e asseados.

3 comentários:

  1. Não era este fim que aqui estava ontem. Assim um anónimo não sabe o que pensar. Baralha-se etc.

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  2. Que os fins mudem mas justifiquem os meios e
    um anónimo que se preze sabe sempre o que pensar.

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  3. Olhe que não. Pois se o anónimo não se assume, não sabe quem é. Ou não quer ser quem é. E por conseguinte não sabe o que pensar. Ou tem medo de o pensar. Ou outra coisa qualquer que agora de repente não me ocorre. Entretanto se resolver/acontecer sair da casca e souber o que pensar aviso.

    (Escreve tão bem o senhor camarneiro. Gosto muito. Isto, por exemplo, sei.)

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