a mão é uma forma de poesia com dedos
que nasce às vezes na ponta de um braço
é muito difícil escrever uma mão do nada
falta sempre sangue, carne ou algum osso
sobram ideias, começos e meias noites
há mãos abertas, fechadas e assim-assim
e servem para comer, fumar e dizer adeus
(há quem as leia por não ter mais que ler)
os poetas têm quase todos duas mãos
uma que mostra o que a outra esconde