Acordar
um dia do outro lado do dia. Ter alguém à minha espera e uma certeza de caminho
nos pés.
Alguém
que fuja comigo para fora de mim, capaz de roubar-me às tantas voltas que dei sem
nunca sair daqui.
Um
corpo curto de braços e apertado no peito, uma casa onde moro e onde não mora
ninguém. Livros em cima de livros em cima de livros em cima de mim.
Alguém
que me faça disto alguma coisa, que traga cheiros e palavras com sangue dentro.
Alguém
que empreste só para eu poder pagar, com juros altos e impossíveis, numa dívida
em que me enterre até ao Fim.